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Lirinha: multiartista em potencial

22-09-2009 00:04

Lirinha

José Paes de Lira Filho nasceu em Arcoverde, 9 de novembro de 1976 e é um músico, compositor, poeta e escritor brasileiro.

Conhecido como Lirinha, é natural de Arcoverde, cidade “Portal do Sertão Pernambucano”, onde desde muito cedo freqüentava rodas de recitais e “pelejas” dos cantadores e violeiros que aconteciam na fazenda de seu avô. Logo aprendeu a decorar versos e fazer rimas, e com apenas doze anos foi convidado por Ivanildo Vila Nova para declamar poesias no Teatro de Santa Isabel, o maior teatro de Pernambuco, no 4º. Congresso de Cantadores do Recife. Sua desenvoltura neste evento foi alvo de matéria do Diário de Pernambuco.

Sempre transitando no universo da literatura, música e teatro, além de participar da banda Cordel do Fogo Encantado, atuou em peças e filmes, assinou trilhas para espetáculos e filmes.

Em 1997, José Paes de Lira se uniu com os conterrâneos Noé Lira, Alberoni Padilha e Pastor, no projeto Cordel do Fogo Encantado inspirado nas obras de cantadores e declamadores.

Em 1998, amadurece o Projeto Teatral Cordel do Fogo Encantado, adicionando outros elementos da cultura popular local, resultado de uma pesquisa sobre manifestações do coco de roda e do reizado, saudando músicas do mestre Lula Calixto (samba de coco), mestre Horácio (reisado das caraíbas), padrinho Batista (Banda de pifanos) ainda em formato teatral com 40 minutos de declamações e apenas 30 minutos de música. o espetáculo foi sucesso de público e percorreu o interior do estado de Pernambuco. Com direção de Miro Carvalho, Cenário e luz Roberto Baby, Elenco: josé Paes de Lira, Clayton Barros, François Gomes, Alberone Padilha e Lúcio Flávio (Dj Coby).


Em Recife, no carnaval de 1999, o grupo se apresentou no Festival Rec-Beat e o que era apenas uma peça teatral, ganhou contornos de um espetáculo musical. Assim começou a trajetória da banda Cordel do Fogo Encantado, onde José Paes de Lira atua como vocalista, percussionista e compositor, juntamente com o violonista [Clayton Barros] Ao grupo se uniram os percussionistas [Emerson Calado] [Nêgo Henrique]] e Rafa Almeida, ficando assim com essa formação definitiva. Desde a sua estréia, a banda chamou a atenção de público e crítica, ultrapassou as fronteiras e ganhou visibilidade em todo país. As apresentações surpreendem a todos pela força da mistura sonora, pela presença marcante da poesia, pela forte presença cênica de seus integrantes e os requintes de um projeto de iluminação e cenário.

No fim de 2007, José Paes de Lira estreiou o solo teatral de sua autoria "Mercadorias e Futuro", que agora segue em turnê por todo o Brasil.

Junto com a peça, lançou seu primeiro livro "Mercadorias e Futuro".

Em 2008, lançou seu segundo trabalho em literatura, a daptação do filme infantil Garoto Cósmico, de Alê Abreu.

 

Clique aqui para ouvir algumas composições de Lirinha com sua banda: Cordel do Fogo Encantado.

 

"Mercadorias e Futuro" é um espetáculo teatral escrito e interpretado por José Paes de Lira, o Lirinha, vocalista do grupo Cordel do Fogo Encantado. É um projeto paralelo e experimental do músico dentro de outra linguagem.

Mais do que teatro, "Mercadorias e Futuro" é uma performance que une texto, som, luz e improviso. "Sempre trabalhei com ritimo e poesia, na fronteira entre teatro e música. Nesse espetáculo radicalizo isso" ? conta o autor, que começou a carreira compondo e recitando poesias aos 12 anos de idade em sua cidade natal Arcoverde, Pernambuco. 

Na peça ele interpreta Lirovsky, um vendedor de livros que inventou uma parafernália de máquinas em forma de carrinho para ajudar em seu ofício. Dessa aparelhagem, dispara sons, imagens e luz, pondo em cena um aparato de recursos tecnológicos contemporâneos. São equipamentos que ele mantém ao alcance do corpo, ativando um arsenal de áudios pré-gravados que, junto com os improvisos, se convertem na trilha sonora do espetáculo. 

"Mercadorias e Futuro" é sobre arte, comércio e direito autoral, sobre a dificuldade de unir arte e negócios, sobre como trabalhar e ganhar dinheiro. Esses temas são abordados através de Lirovsky. 

Lirovsky é um vendedor de livros e personagem-condutor de "Mercadorias e Futuro". Na verdade ele não é um simples vendedor. É um comerciante de registros proféticos, dotado da ciência de colecionar a poesia das predições e de caçar as inscrições do que está por vir. Possuidor do dom de estudar, de decifrar e de narrar mensagens que anunciam o futuro, é também detentor do direito divino de transformar essa narrativa na mercadoria que oferece ao público. 

No exercício de sua função de vendedor, Lirovsky ocupará o palco como se ocupasse uma feira, à semelhança dos antigos que vendiam poesia metrificada pendurada em cordões, o que hoje denominamos "literatura de cordel". 

Além do aparato tecnológico de som e luz, e, claro, das citações dos profetas que compõem o livro, Lirovsky recorre à obra de outros poetas, não ficcionais, para fortalecer seu argumento de vendedor. Aí entra a estética do improviso, decorrente da herança poética do autor, com citações de falas de poetas como Manoel Chudu, Manoel Filó, Cancão e Chico Pedrosa. 

Isso tudo resulta num espetáculo dinâmico, repleto de referências poéticas tradicionais e contemporâneas, que estabelece um elo entre o arcaísmo das feiras livres e o esbanjamento tecnológico que sustenta os negócios virtuais das bolsas de valores e mercado futuro. O mercado, e sua essência imutável.

Vai carimbo!!!